GARRADUENDE Duende da Garrafa De São Thomé das Letras
Duendes são criaturas mitológicas que aparecem em várias histórias do folclore europeu. Apesar de sua origem não ser completamente conhecida, o mais provável é que os duendes tenham surgido junto com elfos, anões e outros seres do além em lendas da mitologia celta e escandinava, em países como Inglaterra, Noruega e Suécia.
As primeiras histórias com o personagem são da Antiguidade, mas ele só recebeu esse nome no século 13, quando a palavra duende passou a constar do vocabulário espanhol. Aliás, dependendo da região de origem da história, essas criaturas assumem formas e nomes diferentes.
Nos contos medievais irlandeses do século 14 nasceu o leprechaun, um anãozinho que esconde um pote de ouro. Na obra do alquimista suíço Paracelso, no século 16, surgem os gnomos, exímios artesãos que vivem isolados nas florestas, mas na maioria dos países não há essa distinção.
Na Inglaterra
Na Inglaterra, por exemplo, todos esses personagens são chamados genericamente de goblins, na Escócia, de brownies, e em boa parte da Europa são simplesmente anões”, diz o jornalista Gilberto Schoereder, autor do livro Fadas, Duendes e Gnomos.
Na maioria dos relatos, os duendes são retratados como pequenos espíritos esverdeados e travessos, que vivem em um universo paralelo mas interferem nos destinos humanos.
Quando são bem tratados, eles ajudam nas tarefas domésticas, mas se ficam zangados podem aprontar das suas, azedando uma jarra de leite ou inventando pesadelos para atrapalhar nossos sonos. Por isso, era costume em algumas regiões da Europa deixar um prato de mingau para agradar essas criaturas ou bater três vezes na madeira para desejar-lhes boa noite.
Na Antiguidade
“Na Antiguidade, as lendas de duendes serviam para satisfazer a eterna necessidade humana de encontrar respostas para vários fenômenos inexplicáveis.
De certa maneira, esses mitos realizavam um papel que a religião ocupou nos séculos seguintes”, diz o tradutor Francis Aubert, especialista em mitologia nórdica da Universidade de São Paulo (USP).
Com o avanço do cristianismo na Europa, os duendes acabaram demonizados, identificados como anjos caídos ou pequenos diabinhos – tanto que muitos ainda são representados com chifres e rabo pontudo. Mesmo assim, as crenças milenares não desapareceram por completo. Prova disso é que até hoje, em regiões mais isoladas da Alemanha, acredita-se na lenda de que crianças que nascem com algum defeito físico são, na verdade, filhos deformados de duendes que foram trocados.
Veja também: Encantamento de Garraduende ou Duende da Garrafa
DUENDE – Espírito interesseiro
As primeiras lendas sobre duendes fazem parte do folclore celta e escandinavo num período não preciso da Antiguidade. O nome, entretanto, aparece bem depois, apenas em 1221, provavelmente como uma corruptela da expressão espanhola dueño de la casa (“dono da casa”).
É uma alusão à descrição mais comum do personagem: na maioria das histórias, o duende é um espírito, na forma de anãozinho verde, que vive dentro de casa. Se recebe um bom presente, pode até ajudar no trabalho. Quando contrariado, apronta várias travessuras.
Garraduende
Nada mais é que um Duende na garrafa.
O Garraduende é companheiro, devoto, dedicado e amoroso.